Os vinhos correntes brancos ou tintos, podem ser apresentados na mesa em garrafas de qualquer modelo, ou mesmo em jarros ou canecas de louça, que ajudarão a dar uma nota alegre a todo o conjunto. Nas localidades em que seja tradicional o fabrico de louças, típicas regionais. Os vinhos de qualidade à exceção dos casos em que seja conveniente, proceder à decantação, devem ser servidos nas próprias garrafas originais, depois de limpas tendo o cuidado de as apresentar de forma que possam ser facilmente identificados seus rótulos. Vai, na verdade desaparecendo de moda o hábito de levar à mesa as garrafas, tal qual se encontravam na garrafeira, e às vezes até propositalmente sujas com teias de aranha, para dar ideia de se tratar de vinhos velhos. As garrafas dos vinhos velhos, porem, quando transportadas nos cestos ou armações apropriadas, podem ser apresentadas sem limpeza prévia aturada.
Os vinhos, devem ser deitados nos copos com certos cuidados. Os brancos podem ser deitados de uma altura de 10 a 15 cm. sobretudo quando se quiser evidenciar o desprendimento de espuma; os tintos, se forem velhos, devem ser deitados de menor altura, com o Máximo cuidado, encostando o gargalo da garrafa ao copo e deixando correr o vinho suavemente. COMO JÁ FOI DITO, DEVE SER DEIXADO UM ESPASSO POR ENCHER, MAIOR PARA OS VINHOS GENEROSOS E TINTOS VELHOS, para melhor apreciar os seus aromas. Quando o nr. de convidados não for grande pode o próprio dono da casa servir o vinho, o que desde logo será considerado requinte de atenção pelos vinhos e pelos convidados.
De qualquer modo deve ser sempre servido em primeiro lugar um pouco de vinho no copo do dono da casa, que o deve provar para se assegurar que está bom e na temperatura desejada,(no caso de restaurantes ou lugares onde se requer serviço a degustação é oferecida a quem fez o pedido, e este depois de degustar manda servir ou pede para deixar algum ou todos os convidados degustem também). Só depois disso devem ser servidos os convidados, começando pelas Senhoras, continuando pelos Cavalheiros e terminando no dono da casa. ( no caso dos restaurantes o último a ser servido é quem fez o pedido).
Mas os copos que muitas vezes são o orgulho da dona da casa também devem merecer atenção.
Em alguns países particularmente na França, foi-se estabelecendo ao longo dos anos uma verdadeira harmonização entre os vinhos regionais e o modelo apropriado de copo, o que denota requinte e entusiasmo por todas as manifestações de regionalismo.
Justificava-se proceder de igual modo em Portugal, dado o nível já alcançado pela nossa indústria videira e as aptidões do país para a produção de vinhos regionais, mas, salvo o praticado em relação ao vinho do Porto, tal não se verifica ainda no momento, e por isso limitamo-nos por agora a referir os requisitos gerais a que convém que obedeçam os copos, alguns dos quais tão descuidados:
Devem ser incolores, de preferência de cristal fino, para que a luz possa provocar no vinho todos os reflexos. Atualmente estão condenados os copos de cor, com decorações e fantasias, que encobrem ou desvirtuam a tonalidade natural do vinho;
Devem ser suficientemente grandes para que com o vinho até a metade o no Máximo até 2/3, se lhes possa imprimir certo movimento de rotação, indispensável ao desprendimento do bouquet, sem o perigo de o vinho sair;
Devem ser de forma racional e munidos de pé. A forma ovóide, de balão, é a mais indicada para os produtos em que se procure concentrar os aromas (para as aguardentes estão assim indicados os copos grandes de balão de boca estreita); para os vinhos generosos e licorosos, bem como para os tintos velhos, os copos de boca média; para os tintos novos, rosados e brancos, de boca larga; para os espumantes naturais os copos típicos em forma de flauta ou, mais vulgarmente, as taças – o pé oco facilita e mantém por mais tempo o desprendimento do gás.
Devem ser discretos para não desviarem o interesse pelos vinhos. Quando não se disponha de mais de dois tipos de copo para vinhos de mesa devem ser empregados os mais pequenos para os vinhos brancos e os maiores para os tintos. Convém também dispensar atenção especial à lavagem dos copos, para evitar que qualquer odor possa ser transmitido aos vinhos. Estes odores podem provir dos detergentes e, até da natureza da própria água de lavagem. São , na verdade, detalhes, mas se forem considerados, muito podem contribuir para um serviço impecável, às vezes tão generosamente compensado.
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